Presença e prazer: relatos sobre o segundo trimestre da minha licença
Presença: me permitir viver o hoje intensamente.
Pausar, observar, conectar: curtir a primeira infância sem tantas cobranças.
Prazer: Retomar. minha individualidade incluindo lazer e prazer na minha vida e na da Larinha.
Viajar, surfar, ler. Aprender novas modalidades esportivas. Almoçar longamente com as amigas. Visitar meus pais e avós.
Uma coisa que aprendi sobre primeira infância nos meus tempos empreendedores na área é que ela é sobre o hoje. Esses serzinhos fofos que gestamos nascem sábios. Eles aprendem pelo brincar, por imitar e pelo explorar. Aprendem pelo prazer que viver traz. E a minha meta pra minha licença era conseguir ter essa capacidade de presença pra viver o hoje com a Larinha. (Ps – claro que como uma boa adulta nerd que desaprendeu a ser criança, precisei de uma meta pra me ajudar a permitir ter prazer sem culpa).
Depois do grande “portal dos 3 primeiros meses de vida”, em que a gente mais sobrevive do que vive, com a loucura de hormônios, um corpo em recuperação de parto, privação de sono e de interações, dei um reset em como viver os meses finais da licença.
O kickoff da curtição foi uma viagem maravilhosa pra Espanha nós 3. Na viagem, conseguimos aproveitar demais os dias longos de calor, com mil museus, praia, e passeios com a Larinha. E à noite, conseguimos curtir em casal, com jantares, comida maravilhosa e vinhos delícia pra mamãe, que depois pulava a mamada da noite com uma mamadeira pra limpar o álcool 🍷🤭. E pra garantir que recarregávamos a pilha, rolava até umas sonequinhas em parques, pra Larinha explorar e pra nós sobrevivermos à programação intensa que planejamos.
Depois da viagem, fizemos um design da minha vida pra aproveitar ao máximo os meses finais da licença. Alugamos uma casa na praia, e passei a passar 4 a 5 dias fora, e só uns 2 em SP. Com isso, valorizei muito mais as estadias em cada cidade.
Na praia fazia mil esportes, com sessões de yoga, surf, aulas de surfskate.
Em SP resolvia a vida, fazia fisio, musculação, pilates (pra consertar a coluna depois de tantos esportes na praia 🫣). E aproveitava pra visitar a família, ir a museus, passear no parque, fazer almoços longos com as amigas de licença, ir a algum evento de networking que me interessava e tomar cafezinhos. Na praia, curtia o dia sem tantos compromissos, e descobri que tinha mais prazer na rotina quando tinha menos horários. Foi um balanço maravilhoso.
Com a Larinha consegui aproveitar muito mais também. Saí da fase mais pesada de cobranças internas, de leituras e estudos sobre desenvolvimento infantil e puerpério, e entrei num modo mais zen. Passei muito mais a observá-la e acompanhar suas conquistas, e pesquisei de forma mais leve sobre como ajudar a estimulá-la em cada fase sem tanta nóia. Consegui inseri-la em vários momentos da minha nova rotina (vejam que fofura ela participando da aula de yoga!), mas fiquei menos culpada também em deixá-la com a babá. Descobri que curtia mais ficar com ela quando não estava com ela o tempo todo e pensando em quais estímulos deveria fazer pra desenvolvê-lá. Consegui equilibrar uma presença mais leve, e ir retomando. a minha individualidade aos poucos valorizando meus momentos sem ela.
Nesse meio tempo também consegui ter o espaço e a clareza pra refletir sobre minha vida profissional, e sobre o que queria na volta da licença. Fiz vários cafezinhos, imaginei outras configurações de vida, e vi o quanto trabalhar com impacto social no dia-a-dia me fazia falta. Pensei que a vida em modo mais home office/ remote first seria bem importante pra minha volta. Coincidente às minhas reflexões, surgiu uma ótima oportunidade de voltar pro iFood trabalhando com educação, e ainda de queda ser promovida (!). Fiquei super animada, e estou bem feliz em voltar pro trabalho nesse novo papel. Voltar a trabalhar diretamente com impacto, num time que já conheço e confio, e com uma perspectiva de remote first, me pareceu a oportunidade perfeita pra retomar a vida profissional.
Finalmente, acho que a segurança desse retorno ao trabalho com algo que vou curtir também me deixa mais tranquila pra encerrar esse ciclo de licença bem. Com tudo que vivi de presença nesses meses, e o tanto que consegui aproveitar, me sinto renovada e “fresh” pra entrar na nova fase de volta a vida real. Vejamos como será o próximo capítulo sobre work-life balance na versão mãe agora.
Enfim, encerro esse capítulo dos 6 primeiros meses da Larinha e da minha versão como mãe absurdamente GRATA pelo que pude viver.
Grata pela sorte da Larinha ter nos escolhido e colaborar demais nessa jornada (mas não se iludam que ela ainda me acorda 1 a 2x/noite 🫣).
Grata pela parceria do Beni e ele me ajudar a curtir, refletir e significar as várias fases difíceis que vivemos, além de me ajudar a curtir (e otimizar) as partes boas.
Grata pelas trocas e carinhos da família, de amigas e minha coach maravilhosa que me ajudaram a refletir sobre a maternidade, carreira, e presença nessa fase.
E grata e ciente dos meus privilégios de ter conseguido viver tudo isso apenas por ter a sorte de ter as condições e de ter uma rede de apoio essencial pra aproveitar. Afinal, a vida de mãe e de licença não é curtição at all pra grande maioria das mães. E não romantizo e nem propagandeio uma versão idealizada da maternidade. Só tive sorte e me permiti surfar essa onda da parentalidade, que depois de tanto sofrimento pra chegar, finalmente veio com tudo pra mostrar que vale a pena demais!
E que eu seja capaz de manter a presença para curtir essa e as próximas fases da maternidade, mesmo com a retomada do trabalho! 🙏🏼
Now, in English, thanks to Chat GPT’s translation skills:
Presence: Allowing myself to live today intensely.
Pausing, observing, connecting: Enjoying early childhood without too many demands.
Pleasure: Reclaiming my individuality, including leisure and pleasure in my life and Lara’s.
Traveling, surfing, reading. Learning new sports. Having long lunches with friends. Visiting my parents and grandparents.
One thing I learned about early childhood during my entrepreneurial days in the field is that it’s about the present. These adorable little beings we gestate are born wise. They learn through play, imitation, and exploration. They learn from the joy that living brings. And my goal for my maternity leave was to be able to be fully present and live in the moment with Lara. (P.S. Of course, as a good nerdy adult who forgot how to be a child, I needed a goal to help me allow myself to experience pleasure without guilt.)
After the tumultuous “portal of the first three months of life,” where we survive more than we live, with the madness of hormones, a body recovering from childbirth, sleep deprivation, and limited interactions, I hit the reset button on how to live the final months of my maternity leave.
The kickoff to our enjoyment was a wonderful trip to Spain for the three of us. During the trip, we made the most of the long, hot days, visiting numerous museums, beaches, and taking Lara on outings. In the evenings, we enjoyed life as a couple, with dinners, delicious food, and delightful wines for Mom, who would later skip the nightly feeding with a bottle to clear the alcohol 🍷🤭. To ensure we recharged our batteries, we even squeezed in some naps in parks, allowing Lara to explore and helping us survive the intense schedule we had planned.
After the trip, I designed my life to make the most of the final months of my maternity leave. We rented a beach house, and I started spending 4 to 5 days away and only 2 in São Paulo. This made me appreciate my stays in each city much more.
At the beach, I engaged in various sports, including yoga, surfing, and surfskate lessons. In São Paulo, I took care of business, attended physiotherapy, went to the gym, and pilates (to fix my spine after so many beach sports 🫣). I also used the time to visit family, go to museums, stroll in the park, have long lunches with my fellow maternity leave friends, attend networking events that interested me, and enjoy coffee dates. At the beach, I savored my days without too many commitments and discovered that I found more pleasure in my routine when I had fewer schedules. It was a wonderful balance.
With Lara, I was able to enjoy much more as well. I moved away from the phase of heavy internal pressure, readings, and studies on child development and postpartum, and entered a more zen mode. I spent more time observing her and celebrating her achievements, and I researched more lightly how to stimulate her in each phase without overthinking it. I managed to include her in various moments of my new routine (see how cute she is participating in the yoga class!), but I also felt less guilty about leaving her with the nanny. I discovered that I enjoyed being with her more when I wasn’t with her all the time and constantly thinking about what stimuli I should provide to help her develop. I struck a balance between a lighter presence and gradually reclaiming my individuality, cherishing my moments without her.
During this time, I also had the space and clarity to reflect on my professional life and what I wanted upon returning from maternity leave. I had numerous coffee chats, envisioned different life configurations, and realized how much working with social impact on a daily basis meant to me. I thought that a more home office/remote-first approach to work would be important for my return. Coincidentally, as I was pondering all of this, a fantastic opportunity arose to return to iFood working in education, and I even got promoted (!). I was thrilled, and I’m very happy to return to work in this new role. Returning to work directly involved with making an impact, in a team I already know and trust, and with a remote-first perspective, seemed like the perfect opportunity to resume my professional life.
Finally, I believe that the security of this return to work in a role I will enjoy also allows me to conclude this maternity leave chapter on a positive note. With all the presence I experienced in these months and how much I was able to enjoy, I feel renewed and “fresh” to enter the new phase of returning to real life. Let’s see what the next chapter of work-life balance in the motherhood version holds.
In conclusion, I end this chapter of Lara’s first 6 months and my role as a mother profoundly GRATEFUL for what I have been able to experience.
Grateful for our fortune on Lara choosing us and collaborating so much on this journey (but don’t be fooled; she still wakes me up 1 to 2 times a night 🫣).
Grateful for Beni’s partnership and his help in enjoying, reflecting on, and finding meaning in the various difficult phases we’ve been through, as well as helping me make the most of the good parts.
Grateful for the exchanges and affection of family, friends, and my wonderful coach who helped me reflect on motherhood, career, and presence during this phase.
And grateful and aware of my privileges in having been able to experience all of this simply because I was fortunate enough to have the means and an essential support network to enjoy it.
After all, motherhood and maternity leave are not all fun and pleasure for the vast majority of mothers. I neither romanticize nor advertise an idealized version of motherhood. I just got lucky and allowed myself to ride this wave of parenthood, which, after so much struggle to arrive, finally came in full force to show that it’s absolutely worth it!
And may I be able to maintain my presence to enjoy this and the upcoming phases of motherhood, even with my return to work! 🙏🏼
